Elaine Alves da Silva

ENSINO DE HISTÓRIA: CINEMA COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA. FILME ÔRÍ

  

A palavra Ôrí é originaria da cultura linguística ioruba, trata-se de um significativo conceito metafisico espiritual e mitológico. O seu significado, no sentindo preciso é “cabeça”. O primeiro orixá a ser reverenciado, é uma concepção que traduz à individualidade de cada um, a sua essência. Cada pessoa tem o seu Ôrí que irá acompanha-lo do nascimento até a sua morte. No Candomblé, religião afro-brasileira, Ôrí associa-se à mente, à inteligência, à alma. A proposta que norteia o presente trabalho é a utilização do cinema como recurso didático para o ensino/aprendizagem em História, com enfoque para história da cultura afro-brasileira. Para a proposta, priorizamos o filme Ôrí de (1989). A produção fílmica contou com direção de Raquel Gerber, roteiro e narração da historiadora, educadora e ativista antirracismo Maria Beatriz Nascimento.

 

No que tange a proposta, a escolha pelo cinema como metodologia de ensino dá-se pela flexibilidade da produção fílmica em produzir uma leitura do passado, como também para construção do saber histórico. O filme diz tanto quanto for interpelado, ampliando, assim, às suas possiblidades como dispositivo pedagógico, o que faz da obra fílmica uma ferramenta de grande utilidade para nortear diferentes discussões em sala de aula, além de “poder proporcionar a quebra da rotina didática de aulas expositivas e centradas no livro didático. ” (SOUSA e SOARES, 2013, p. 2). Por causa de sua versatilidade, o filme pode nos proporcionar a oportunidade de conhecermos e explorarmos várias questões, como por exemplo, aspectos históricos sociológicos acerca da sociedade que o produziu, levando em consideração o contexto social, político e cultural do seu tempo. Temos como referência o entendimento teórico da Nova História Cultural, de onde se retira, de acordo com Ronaldo Vainfas:

 

A chamada Nova História Cultural não recusa de modo algum as expressões Culturais das elites ou classes “letradas”, mas revela especial apreço, tal como a história das mentalidades, pelas manifestações das massas anônimas: as festas, as resistências, as crenças heterodoxas (...) Em uma palavra, a Nova História cultural revela uma especial afeição pelo informal e, sobretudo, pelo popular. (VAINFAS,1997, p.148-149).

 

Além disso, o cinema se enquadra como uma das múltiplas formas de produção imagética, sendo uma maneira de representar a existência real e por efeito os diferentes conflitos produzidos pela humanidade ao longo de diferentes épocas. Contundo, devemos lembrar que o filme não é capaz de nos apresentar a totalidade dos processos históricos devendo ser visto como uma representação da sociedade vigente ou uma visão de um fato histórico analisado. Nascimento contribui dizendo:    

 

Ensinar História é ir muito além dos fatos, das datas comemorativas ou até mesmo do uso de questionário. O uso de uma personagem da história ou de um tema ligado a ela não quer dizer que aquelas imagens sejam um retrato fiel da verdade. Logo, o uso do cinema só é válido quando inteirado com a leitura e contextualizado com a sociedade atual e o conhecimento da historiografia corrente, propiciando o entendimento das entrelinhas, ou seja, decifrando o que está implícito no filme. (NASCIMENTO, 2006, p. 2).

 

Para otimizar o seu uso em sala de aula e melhor dispor as suas possibilidades, há alguns pontos a serem observados. A realização da crítica externa e a interna da produção fílmica. Na primeira serão explorados os elementos relacionados a produção: o período histórico de sua realização, o público alvo e as possíveis alterações devido, caso o filme tenha mais de uma edição.  Na segunda, é destinada ao conteúdo do filme, tanto o explicito, como as falas, os gestos, a fotografia, etc, quanto ao implícito a subjetividade das ações, ironia, encobrimentos, disfarces que pode conter na obra cinematográfica. Além de relacionar o conteúdo fílmico com o conteúdo abordado na aula de História.

 


Fonte: https://www.adorocinema.com/filmes/filme-7036/

 

A imagem a cima trata-se do cartaz do filme Ôrí (1989), produção que tem como ponto de partida à vida da historiadora e ativista Maria Beatriz Nascimento (1942-1995). O filme engendra um panorama social, político e cultural do país, em busca de uma identidade nacional que contemple a populações negras. Por meio de uma linguagem poética, a historiadora propõe um deslocamento discursivo sobre a história dos negros, principalmente na formação da nação brasileira. Partido de uma narrativa do tempo presente, Beatriz Nascimento busca se conectar ao passado. O presente trabalho entende como história do tempo presente tal como propõe Rousso “a própria definição da história do tempo presente é ser a história de um passado que não está morto, de um passado que ainda se serve da palavra e da experiência de indivíduos vivos” (ROUSSO, 2007, p. 63).  

 

O período de produção do filme Ôrí começa no final de década 1970, período em que a sociedade brasileira promovia acirrados debates, em sua gênese, a interseção entre os movimentos sociais que lutavam pelo direito pleno da população negra e os embates sobre a descolonização cultural, Beatriz é um dos nomes que se destacam tanto nos movimentos sociais tanto nas discussões que pautavam descolonização cultural.  Temos assim, uma história que se pretende da voz aos testemunhos silenciados pelas grandes narrativas históricas fundamentais para construção de uma memória coletiva nacional. Assim, indivíduos que foram silenciados pelo “não-lugar” podem se recontar com sua história e construir um saber sobre si, tal como propõe Salo: “A memória e os relatos de memória seriam a ‘cura’ da alienação e da coisificação. Se já não é mais possível sustentar uma Verdade, florescem em seu lugar verdades subjetivas (...). Não há Verdade, mas os sujeitos, paradoxalmente, se tornaram cognoscíveis” (SARLO, 2007, p. 46).     

 

A que estacar o protagonismo da fala da mulher negra presente de forma integral no filme, com uma postura singular, Beatriz Nascimento vai conectando os seus pensamentos, tencionando entre o individual e o coletivo, como aponta Gilberto Alexandre Sobrinho “(...) uma outra narrativa da nação. Esse processo é desencadeado, no filme, por uma mulher negra, uma presença que atesta, enfaticamente, uma ausência histórica no domínio do documentário nacional, até então. ” (SOBRINHO, 2020, p. 3-4). A jornada proposta pelo filme pode ser vista como contribuinte para construção de uma memória coletiva, indenitária, representativa, contrapondo-se a uma história que ainda é amplamente divulgada que acentua e fortalece os estereótipos. Renegando a importância de história e cultura de matriz africana, assim   pretende levar ao esquecimento e problematizar a cultura afro-brasileira como espaços de memória, além de desvinculá-la da memória nacional estereotipada. Segundo Ratts, Beatriz Nascimento acreditava na importância da aquisição dos elementos culturais como forma de resistência, desvinculando-os da visão do colonizador:

 

Não existem mais “bons selvagens” como não existem mais “negros puros” que saibam seu ramo africano no Brasil. Depois de nos explorar e tirar as melhores coisas, depois de nos reprimir, a ideologia dominante quer nos “descobrir” (como costumam dizer alguns dos paladinos em favor do negro) “puros”, “ricos culturalmente”, “conscientes de nossa raça”. Não entendem que esses ideais de pureza, beleza, virilidade, fortaleza que querem nos inculcar, são conceitos seus, impregnados de sua cultura; quanto à nossa consciência de nós só pode sair de nós mesmos e a partir de uma consciência do dominador. (NASCIMENTO, 1974 apud RATTS, 2006, p. 100).  

 

Em relação a cultura afro-brasileira, o filme tenta destacar a necessidade de revisitar os espaços de continuidade da cultura negra, tendo como ponto de partida o quilombo, aqui, esse espaço é visto, para além do conceito bélico. Para Beatriz Nascimento, trata-se de um lugar de fluxo de pessoas de diferentes lugares e fenótipos, que compartilhavam diversos elementos culturais. Como protagonista a historiadora nos conduz em uma jornada reflexiva a nossa história, tendo como tropo o Quilombo, resinificando a sua importância como espaços de continuidade. Lugar de dinamismo, social, político, econômico e cultual. Além de ser um espaço de fuga do sistema colonial a caminho da liberdade, como esclarece Beatriz Nascimento “A fuga passa a ser uma instituição decorrente desta fragilidade colonial e integrante da ordem do quilombo. O saque, as razzias, enfim o banditismo social, são a tônica que define a sobrevivência desses aglomerados (NASCIMENTO, 1985, p. 45).

 

Essa perspectiva de continuidade pode ser entendida, como por exemplos as comunidades cariocas, em sua maioria foram quilombos no passado. Beatriz propõe, ainda, revisitar a as escolas de samba, capoeira, a música, a dança, os espaços de religiosidades além de resgatar a memória de Zumbi o herói civilizador, como nos diz Sobrinho “o herói civilizador e guia para contar essa outra história do Brasil. ” (SOBRINHO, 2020, p.4).

 

No espaço escolar, o ensino da cultura afro-brasileira aparece quase como um tema transversal. Tal afirmativa pode ser verificada quando analisamos os livros didáticos que circular no âmbito escolar, percebemos, em muitas vezes, a continuidade da visão estereotipada, que motiva a estranheza, caracterizando quase um exercício de perpetuação do olhar colonizador sobre a história da cultura africana como a cultura afro-brasileira. O continente africano, constantemente, é retratado como algo em estado bruto, primitivo, como algo estático. Assim, Corroborando para uma visão de estranhamento dos alunos, pois muitos não se chegam como pertencentes aos elementos provenientes da cultura afro. Assim, o sentimento de desanimo em conhecer tal cultura, com mais profundidade é intensificado. De acordo com Juliana Pires de Oliveira e Trayce Ellen Goulart:

 

“(...) o que ocorre, em geral é um silenciamento das memórias e atual situação do afrodescendente. A abolição da escravatura foi realizada de maneira inconsequente, não planejada: foi concedida a liberdade, mas não oportunidades já que não foram criadas políticas de inserção do afrodescendente na sociedade brasileira, nem lhes foi garantido o acesso à educação nem aos meios de produção etc. O espaço ocupado pelo negro socialmente pouco foi modificado no período pós-abolicionista e tal declaração estende-se ao tratamento despendido a esse pela comunidade não negra” (Oliveira; Goulart, 2012, p. 48).

 

O dialogo proposto pelo filme Ôrí busca desconstruir a imagem da população negra nas narrativas histórias que fortalecem uma imagem, muitas vezes, de um posicionamento inerte. Por muitas vezes, passando uma imagem errônea de que os negros só aparecem na história nacional como mão-de-obra no período colonial, no cultivo da cana-de-açúcar e no período áureo da mineração. Podemos dizer que a reflexão do filme dialoga como da Lei n° 10. 639/03 que busca de restaurar o lugar histórico dos sujeitos silenciados. Em relação a Lei n° 10. 639/03, de 09 de janeiro de 2003, promulgada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, trata-se de uma de uma política educacional que integra as políticas de promoção da igualdade racial. Tendo como objetivo a valorização da história e cultura africana e afro-brasileira na educação básica. 

 

A Lei aparece como uma possibilidade para desconstrução do mito da democracia racial que, ainda, é propagada nos meios de comunicação, nos meios de entretenimento e nos espaços escolares. A estrutura que mantem a desigualdade raciais encravada no Brasil tem seus alicerces no processo histórico de diferenciação da cor da pele. Essa perversa ideia de supremacia é oriunda do período da escravidão e perdura até os dias atuais. De acordo com Bernardino:

 

O mito da democracia racial apoiava-se, e ainda se apoia, na generalização de casos de ascensão social do mulato; este, nas palavras de Carl Degler, encontrara uma “saída de emergência”, o que significa dizer que se desenvolveu um reconhecimento social do mestiço no Brasil. Todavia, a assimilação e reconhecimento social do mestiço ocorria à custa da depreciação dos negros. O que está por trás deste mecanismo brasileiro de ascensão social é a concordância da pessoa negra em negar sua ancestralidade africana, posto que está socialmente carregada de significado negativo. Ironicamente, dentro deste contexto da “saída de emergência”, os casos de ascensão social de pessoas de cor não enriqueciam o grupo social dos negros, uma vez que as pessoas de cor que ascendiam eram encaradas como “negros de alma branca” (Fernandes 1965 apud, BERNARDINO, 2002, p. 252).

 

Por fim, acreditamos ser de extrema importância a temática referente a cultura afro-brasileira ser trabalhada em sala de aula, de forma coerente pelos educadores através de um projeto político pedagógico que contemple além de uma desconstrução das narrativas eurocêntricas, como também trabalhar com os alunos fontes como o filme Ôrí, sendo uma representativa, busca apresentar as conexões históricas dos negros em uma sociedade que os desprestigiam a todos tempo a sua cultura, o seu fenótipo, sua moda, sua música, a sua cor. Nas palavras de Zilfran Fontenele:

 

Contribuir na construção e aplicação de currículos que respeitem e valorizem matrizes culturais marginalizadas ao longo da construção da identidade nacional, respeitando as especificidades das diversas heranças culturais que contribuíram na formação social brasileira. Desta forma, cabe às escolas, dentro da autonomia que possuem para trabalhar as demandas legais e sociais, o desenvolvimento e a aplicação de Projetos Político Pedagógicos – PPP que valorizem a cidadania, a democracia, a diversidade, a inclusão e o combate a toda forma de discriminação. Estes PPP devem possibilitar o desenvolvimento de novos espaços pedagógicos que incentivam o reconhecimento e a problematização, bem como a integração das múltiplas identidades que compõem a sociedade brasileira, através de um currículo que incentive o aluno a conhecer suas origens e se reconhecer como membro desta sociedade plural e diversa (Fontenele, 2017, p. 3-4).

 

Acreditamos que a várias possibilidades para utilização da produção fílmica em sala de aula, por isso, a sugestão abaixo, está aberta para ser aprimorada de acordo com a preferência do docente, elevando em consideração a singularidade dos alunos.

 

1) Aula expositiva sobre a relação entre o filme e o conteúdo trabalhado (cultura afro-brasileira. É quando apresento uma crítica ao filme, tomando o cuidado para não tirar o interesse pelo enredo, e questões que servirão de “roteiro de leitura

 

2) recolho (o roteiro de leitura) as questões respondidas e oriento uma discussão sobre os aspectos pertinentes. Proponho dividir a sala em grupos com o objetivo de dar mais dinamismo ao debate para que este não fique centrado em um grupo restrito de alunos.

 

3) por fim, faço uma seleção das cenas do filme às quais eu gostaria de chamar a atenção e mostrar relações possíveis com o conteúdo que tenham passado despercebidas e para reforçar as ideias principais. Entrego um novo questionário, mais reduzido, de três perguntas ou peço uma pequena dissertação para que os alunos elaborem textualmente aquilo que conseguiram apreender.

 

Agora, dedicamos esse espaço para apresentar a trajetória da historiadora Maria Beatriz Nascimento.

 

Maria Beatriz Nascimento (1942-1995) foi uma historiadora, intelectual, poeta, mulher negra, sergipana, a sua atuação na vida acadêmica converge com a sua militância, foi bastante atuante na retomada dos movimentos sociais negros organizados. Inclusive, vinculada ao Movimento Negro de Discriminação Racial, fundado em 1978. Foi uma das mentoras Grupo de Trabalho André Rebouças na Universidade Federal Fluminense (UFF). Continuamente lutou por uma narrativa histórica em que os negros fossem vistos para além, dos espaços consagrados pela historiografia tradicional. De acordo com historiadora Raquel Barreto “durante três décadas e nos deixou contribuições importantíssimas. Entre seus objetivos, estava a pensar a História do Brasil a partir da perspectiva negra, enfatizando a agência, isto é, a autonomia e a subjetividade negra. ” (BARRETO, 2018, p.1).

 

 


Fonte: https://elle.com.br/colunistas/beatriz-nascimento-uma-mulher-afro-atlantica

 

A sua caminhada de militância está atrelada ao seu engajamento como pesquisadora militante buscou resgatar a história negra. As suas pesquisas a respeito do quilombo foram motivadas pela ausência dos debates acadêmicos sobre tema. Sua historiografia pode ser entendida, como uma historiografia de rompimento, pois buscou descontruir as narrativas naturalizadas sobre os negros, no período colonial e principalmente no pós-colonial, quando as fontes ficam, ainda, mais rarefeitas.

 

Beatriz nos deixa aos 52 anos, sua morte se assemelha a de tantas outras brasileiras, foi vítima de filicídio, em 28 de janeiro 1995. O alto cruel não silenciou seu pensamento e sua luta por uma país onde o racismo seja combatido e as pessoas não sejam sugadas pela cor da sua pele.

 

Referências biográficas

 

Elaine Alves da Silva, graduanda em Licenciatura em História na Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

 

Referências bibliográficas

 

BARRETO, Raquel. Beatriz Nascimento, uma breve apresentação, academia educação, 2018, p. 1-10   

 

BERNARDINO, J. Ação Afirmativa e a Rediscussão do Mito da Democracia Racial no Brasil. Rio de Janeiro: Revista Estudos Afro-asiáticos. V.24 n.2, 2002.

 

FONTENELE, Zilfran Varela. A história e cultura afro-brasileira e indígena na escola. In: Anais do XXIX Simpósio Nacional de História - contra os preconceitos: história e democracia. Brasília/UNB, 2017. Disponível em: https://www.snh2017.anpuh.org/site/anais. Acesso em: 02 abri. 2021.

 

NASCIMENTO, Beatriz. O conceito de Quilombo e a resistência cultural negra. Afrodiáspora, ano 3, n. 6-7, p. 41-48, 1985. Disponível em: <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4408010/mod_resource/content/2/NASCIMENTOBeatriz_O%20conceito%20de%20Quilombo%20e%20a%20resist%C3%AAncia%20cu lturl%20negra.pdf>. Acesso em: 21 abri, 2021.

 

NASCIMENTO. Vera Lúcia do. Cinema e Ensino de História: em busca de um final feliz. Revista Urutágua-Revista Acadêmica Multidisciplinar. Maringá, n. 16, ago/ set/ nov. 2008.

 

OLIVEIRA, Juliana Pires de; GOULART, Trayce Ellen. História e Cultura AfroBrasileira e Indígena em Sala de Aula: a Implementação da Lei 11.645/08 nas Escolas. Aedos. v.4, n. 11, 2012.

 

RATTS, Alex. Eu Sou Atlântica: sobre a trajetória de vida de Beatriz Nascimento. Instituto Kuanza. São Paulo, 2006.

 

ROUSSO, H. A história do Tempo Presente, vinte anos depois. In: PORTO JR., G. (Org.). História do Tempo Presente. Bauru: EDUSC, 2007. p. 277-296.

 

SARLO, B. Tempo passado: Cultura da memória e guinada subjetiva. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

 

SOBRINHO, Gilberto Alexandre. Ôrí e as vozes e o olhar da diáspora: cartografia de emoções políticas. Caderno Pagu, Unicamp. Campinas. São Paulo, 2020, p-1-31.

 

SOUZA, Polyana Jessica do Carmo; SOARES, Valter Guimarães. Cinema e Ensino de História. ANPUH. Natal-RN, 2019, p. 1-7.

 

VAINFAS, Ronaldo, História das mentalidades e História cultural, IN, CARDOSO, Ciro Flamarion; VAINFAS, Ronaldo (Orgs). Domínios da História: ensaios de teoria e metodologia. Campos. Rio de janeiro. 1997.

9 comentários:

  1. Oi, Elaine!
    Quero primeiramente lhe parabenizar pelo trabalho que desenvolveu que traz esse panorama do ensino de história a partir do cinema. Vejo como algo muito positivo, pois o cinema está em conversa com praticamente todas as disciplinas sendo quase um ícone capaz de ser fatorado em diversos fragmentos que se tornam sementes-ícones posteriormente. A discussão é saborosa, mas confesso que senti falta do seu posicionamento em relação ao tema, você traz muitas informações dadas pelos teóricos (isso é importante), mas nesse processo você ficou meio que invisível no tema. Diante disso, gostaria de fazer-lhe alguns questionamentos:
    • Como se formou a ideia de desenvolver essa proposta analítica?
    • Como é o relacionamento com o cinema?
    • Quais os fatores que a motivaram a escrever este artigo?
    • Foi fácil pra você isso?
    • Como se deu esse processo?

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    1. Oi, Wagner!

      primeiramente, muito obrigada pelas observações. Em relação as perguntas achei muito pertinentes para o itendimento da proposta apresentada no trabalho. A ideia surgiu a partir de uma materia cursada no quinto período do curso de Licenciatura em História, cultura visual, história e imagem, onde discutiamos, principalmente, a invisibilidade do negro nas artes. Sendo o cinema o espaço artistico mais discutido na disciplina, por ser muito popularizado entre as diferentes camadas sociais, vimos que o cimena hollywoodiano, muita vezes, acaba contribuindo para construção dos heteriotipos e narrativas eurocentricas. foi atraves da disciplina que o cinema africano e produções brasileira que problematizam questões raciais, como é o caso de Ôrí passaram a fazer parte do meu contidiano. em relação as motivações para a escrita do artigo, possso dizer que foi pelas multiplas esperiência adquiridas por meio das discussões suscitadas na disciplina, já mencionada,como também, admiração pela figura da historiadora Beatriz Nacimento,personagem singular, mas pouco trabalhada nas disciplinas que compõe a grade curricular do curso de História. Sobre as disficuldades encontradas para escrever o artigo, posse lhe dizer que foram, principalmente, os agentes externos, sou mãe, estudane e dona de casa tive que parar a escrita diversas vezes para atender meu filho ou fazer os afazeres domesticos, além do emocional abalado pela pandemia. Por fim, a escolha do filme ôrí não foi difícil, o filme traça uma linha cronologica da diaspora até a decada de 1980, além de trazer a público o trabalho idealizado pela históriadora Beatriz Nacimento, intelectual pouco citada na academia, como admiridadora da jornada dessa grande históriadora, para mim foi uma honra contribuir o não esquecimento de seu trabalho.

      Cordialmente, Elaine Alves da Silva - elainealvesdenatal@gmail.com

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  2. Oi, Elaine!
    Quero primeiramente lhe parabenizar pelo trabalho que desenvolveu que traz esse panorama do ensino de história a partir do cinema. Vejo como algo muito positivo, pois o cinema está em conversa com praticamente todas as disciplinas sendo quase um ícone capaz de ser fatorado em diversos fragmentos que se tornam sementes-ícones posteriormente. A discussão é saborosa, mas confesso que senti falta do seu posicionamento em relação ao tema, você traz muitas informações dadas pelos teóricos (isso é importante), mas nesse processo você ficou meio que invisível no tema. Diante disso, gostaria de fazer-lhe alguns questionamentos:
    • Como se formou a ideia de desenvolver essa proposta analítica?
    • Como é o relacionamento com o cinema?
    • Quais os fatores que a motivaram a escrever este artigo?
    • Foi fácil pra você isso?
    • Como se deu esse processo?
    Wagner Pereira de Souza - wpereirasouza46@gmail.com

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    1. Oi, Wagner!

      primeiramente, muito obrigada pelas observações. Em relação as perguntas achei muito pertinentes para o itendimento da proposta apresentada no trabalho. A ideia surgiu a partir de uma materia cursada no quinto período do curso de Licenciatura em História, cultura visual, história e imagem, onde discutiamos, principalmente, a invisibilidade do negro nas artes. Sendo o cinema o espaço artistico mais discutido na disciplina, por ser muito popularizado entre as diferentes camadas sociais, vimos que o cimena hollywoodiano, muita vezes, acaba contribuindo para construção dos heteriotipos e narrativas eurocentricas. foi atraves da disciplina que o cinema africano e produções brasileira que problematizam questões raciais, como é o caso de Ôrí passaram a fazer parte do meu contidiano. em relação as motivações para a escrita do artigo, possso dizer que foi pelas multiplas esperiência adquiridas por meio das discussões suscitadas na disciplina, já mencionada,como também, admiração pela figura da historiadora Beatriz Nacimento,personagem singular, mas pouco trabalhada nas disciplinas que compõe a grade curricular do curso de História. Sobre as disficuldades encontradas para escrever o artigo, posse lhe dizer que foram, principalmente, os agentes externos, sou mãe, estudane e dona de casa tive que parar a escrita diversas vezes para atender meu filho ou fazer os afazeres domesticos, além do emocional abalado pela pandemia. Por fim, a escolha do filme ôrí não foi difícil, o filme traça uma linha cronologica da diaspora até a decada de 1980, além de trazer a público o trabalho idealizado pela históriadora Beatriz Nacimento, intelectual pouco citada na academia, como admiridadora da jornada dessa grande históriadora, para mim foi uma honra contribuir o não esquecimento de seu trabalho.

      Cordialmente, Elaine Alves da Silva - elainealvesdenatal@gmail.com

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  3. Olá Elaine, parabéns pelo texto e por abordar essa questão tão importante e necessária.
    A minha pergunta é referente a atividade proposta, você a aplicaria pra que série? A partir de que idade você recomendaria a utilização desse filme?

    Ass: Lumena Rios da Cunha Pereira

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    1. Olá, Lumena!

      O filme ôrí tem a classificação livre, mas como trata-se do trabalho de pesquisa da historiadora Beatriz Nacimento, sendo assim, apresenta uma linguagem academicista, por isso acredito que a apartir do 9° Ano - Ensino Fundamental II.

      Cordialmente, Elaine Alves da Silva - elainealvesdenatal@gmail.com

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  4. Olá, Elaine!
    Parabéns pelo trabalho, a temática sobre a religiosidade africana por meio do cinema é algo bastante relevante e que carece de abordagens nos conteúdos tradicionais no ensino de História. Eu já procurei abordar essa temática em sala de aula sobre as religiões africanas e afro-brasileiras, e me deparei com o desafio imposto por alguns alunos e pais que pediram para retirar seus filhos de classe durante as explicações dessas temáticas. Então, inserido nessa problemática de grupos intolerantes que existem na nossa sociedade atual, gostaria de saber se você já teve algum problema dessa natureza e como poderíamos contornar esse tipo de problema.

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    1. Muito obrigada, Douglas!!! Fico muito feliz de que você tenha gostado. Sobre o seu questionamento, eu nunca enfrentei nenhum problema desse porte. Claro, que a minha experiência é pouca, pois ainda estou na graduação e minhas experiências são referentes aos Estágios.

      Elaine Alves da Silva-elainealvesdenatal@gmail.com

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