José Luiz Xavier Filho

“NA MINHA ESCOLA NÃO TEM RACISMO”. SERÁ?

  

Fora da África, o Brasil é o país com maior número de descendentes de africanos. No censo demográfico (2019) consta que 56,10%. Esse é o percentual de pessoas que se declaram negras no Brasil, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do IBGE. Na verdade, esse número é muito mais elevado. A identificação do afro-brasileiro pela cor da pele e outras características como a textura do cabelo, o aspecto da face (pronunciamento do nariz e dos lábios) não esgota a descendência africana do nosso povo.

 

É sobre os descendentes de africanos, portadores dos indicadores biológicos mais acentuados, que incidem o preconceito e a discriminação. É importante salientar, que no passado, ainda no século XIX, alguns conceitos inadequados que difundiram a ideia de que os africanos constituíam povos atrasados, selvagens, antropófagos e, portanto, inferiores aos povos europeus, e, portanto, inferiores aos povos europeus.

 

Ainda no século XIX e começo do século XX, ao se desenvolverem as ciências sociais em centros acadêmicos europeus, buscou-se classificar os povos do mundo em raças, a partir de aspectos físicos e de informações sobre as línguas por eles faladas. Tomaram como ponto de partida a ideia de que as características dos seus próprios povos eram superiores a de todos os demais, isto é, de que os povos que tinham características diferentes dos europeus eram inferiores, do ponto de vista cultural e biológico. Usaram denominações baseadas na coloração que atribuíam à pele das pessoas.

 

No Brasil, essas inadequadas ideias que pretendiam passar por científicas, chegaram ainda no Império e levaram os intelectuais brasileiros à preocupação de definir a classificação do nosso povo no quadro das classificações propostas na Europa. Os governos brasileiros tentaram apresentar o Brasil como uma nação “europeia”, através de um “embranquecimento” e de uma falsa divulgação que o brasil era um país sem racismo.

 

Estes posicionamentos foram difundidos entre todas as camadas do povo brasileiro, a ponto de até alguns dos próprios descendentes de africanos acreditarem na existência dessa falsa inferioridade, passando a atribuir-lhe as dificuldades enfrentadas em decorrência das precárias condições sociais e econômicas, isto é, considerando que por serem descendentes de africanos não dispõem de capacidade para o estudo e o trabalho que lhe garantem a inclusão social, a cidadania plena, a vida digna, da forma como ocorre com os descendentes de outras etnias. 

 

É comum o afrodescendente absorver e se submeter às crenças e valores da cultura branca dominante, inclusive à noção sintetizada nas ideias do “branco ser certo” e o “negro ser errado”. Esta internalização de estereótipo negativos é feita de maneira inconsciente. Pinto (1987) ressalta que tal processo se dá já a partir da escola onde por intermédio das práticas e dos próprios livros escolares, a criança desenvolve e alimenta tais estereótipos. Apesar de nem sempre haver uma hostilidade declarada contra a criança afrodescendente, há uma consistente valorização dos valores branco-europeus, de forma a favorecer, nas crianças, a identificação com os ideais do grupo dominante branco.

 

A construção do conhecimento histórico em sala de aula

 

O ensino de História nas escolas de Ensino Fundamental não pode se limitar a uma mera submissão ao conhecimento produzido pelos historiadores. Nas escolas, alunos e professores geralmente dialogam com os conhecimentos eruditos da História, produzem e (re)produzem conhecimentos históricos. Os professores, então, não são meros reprodutores de conhecimentos produzidos por pensadores que se encontram fora do ambiente escolar. A velha noção de divisão do trabalho entre os que pensam e os que executam o pensado não se enquadra nesse caso.

 

Os professores, então, cumprem um significativo papel de (re)produzir conhecimentos eruditos importantes para a sociedade, ao mesmo tempo, são pensadores que produzem conhecimentos no espaço escolar. Por isso mesmo, ainda tem sido recorrente a valorização de uma qualificada formação e uma vez bem formados serão para desempenhar as inúmeras tarefas que lhe são atribuídas. Contudo, o ambiente escolar apresenta-se desafiador ao professor para a abrangência de novos conhecimentos face ao que se demanda da própria sociedade representada pelos alunos   para ampliação e/ou aquisição de novas aprendizagens.

 

Nessa base do contexto vivenciado pelos estudantes, o professor desafia, e pode se propor com novas possibilidades para que se redirecionem, ampliem-se ou desenvolvam novos enfoques sobre o conhecimento., como o que se constitui o foco desse trabalho.

 

De forma dialógica, o professor pode se propõem a novas aprendizagens dos alunos que exigem formação com orientações especiais para atuações individuais e coletivas. Nesse processo, os alunos são envolvidos a buscar, a selecionar informações, a construir hipóteses e a tomar decisões reorganizando e dando sentido e significado ao conhecimento. É importante que sejam incentivados e orientados a refletir criticamente sobre o que lhes é apresentado e a transcender, isto é, ir além das informações obtidas, distinguindo os dados mais importantes dos secundários, buscando relacionar o aprendido com outras informações e situações.

 

Rüsen (2006) afirma que o aprendizado da História não deve se limitar à aquisição do conhecimento histórico como uma série de fatos objetivos. Para além dessa perspectiva, o conhecimento histórico deve atuar como regra nos arranjos mentais tornando-se, de forma dinâmica, parte integrante da vida do sujeito. Em outras palavras, o conhecimento histórico não significa simplesmente o acúmulo de uma quantidade de informações relacionadas a fatos do passado.

 

Na perspectiva da consciência histórica, o conhecimento histórico deve servir como uma ferramenta de orientação temporal que levaria a uma leitura do mundo no presente e embasaria uma avaliação quanto às perspectivas de futuro alicerçadas nas experiências humanas do passado. Desse modo, aqueles que desenvolveram a consciência histórica não conheceriam apenas o passado, mas utilizariam esse conhecimento como meio para auxiliar a compreensão do presente e/ou “antecipar”, no plano mental, o futuro em forma de previsão pertinente (MEDEIROS, 2006; BARCA, 2006).

 

Não obstante as dificuldades do dia a dia nas escolas as narrativas históricas estão presentes por toda a parte e o sujeito historicamente letrado não se limita apenas a somar um novo conhecimento à quantidade de outros tantos que já possui. O letramento em História possibilita ao sujeito estabelecer uma interação mental durante as leituras das narrativas históricas com o conhecimento histórico já acumulado, estabelecendo, assim, uma orientação temporal e permitindo a construção de novos significados. É importante ressaltar que o indivíduo pode utilizar-se de seus conhecimentos históricos para melhor compreender o mundo em que vive e não apenas nas situações em que as narrativas históricas são evidentes.

 

É sob essa perspectiva, que nos debruçamos sobre a relevância da abordagem do nosso objeto de estudo. Tendo a consciência de que a História e Cultura Afro-brasileira podem ser construídas em sala de aula, através e inclusive, a partir das narrativas de alunos e professores, não se atendo apenas ao livro didático. E neste sentido, diagnosticaremos as discriminações históricas a respeito. Por outro lado, as mudanças exigem novas possibilidades que se tornam inseridas no cotidiano dos estudantes do Ensino Fundamental (Anos Finais). Neste sentido busca-se na escola o conhecimento sobre as religiões de origem africana por serem questionadas até por professores ao desconhecerem o conhecimento, não somente como responsáveis, por falta mesmo de Formação atualizada. É o que se espera no cotidiano escolar.

 

O livro didático como agente facilitador em sala de aula

 

Assim visto nas pesquisas há algumas décadas o livro didático não é um instrumento moderno, estudos comprovam que, na metade do século XVI, já existia uma preocupação em adotar livros adequados para a prática de transmissão de conhecimentos. No Brasil, o livro didático é controlado pelo Estado através da legislação desde 1938, pelo Decreto n. 8.469.

 

Não obstante os livros tem mudado no século atual, assim estes instrumentos didáticos só podem ser adotados com a autorização do Ministério da Educação, ou seja, o livro deve cumprir o papel de estimulador da cidadania, produzindo efeito contrário a todo e qualquer tipo de preconceito e discriminação dentro ou fora da escola com se tem registro de imagens de livros didáticos dos anos 40 (BITTENCOURT, 1993) onde o índio era visto como passivo e inferior. Por sua vez os negros eram apresentados sempre em trabalhos “pesados” no campo, disseminados a indicar dificuldades na aprendizagem quando as pesquisas dos anos 40 e 50 já mostravam visões, se bem que isoladas ideologicamente, de grandes destaques na sociedade brasileira quer seja na arte, no teatro, nas grandes obras, na literatura, e outros campos (NASCIMENTO, 2017).

 

Isto quer dizer que, está presente na maioria dos livros didáticos, formas de discriminação ao negro, além da presença de estereótipos, que equivalem a uma espécie de rótulo utilizado para qualificar de maneira conveniente grupos étnicos, raciais ou, até mesmo, sexos diferentes, estimulando preconceitos, produzindo assim influências negativas, baixa autoestima às pessoas pertencentes ao grupo do qual foram associadas tais "características distorcidas".

 

Por ser o principal portador de conhecimentos básicos das variadas disciplinas que compõem o currículo dentro das escolas, o livro didático torna-se um dos recursos mais usados em sala de aula, e um instrumento pedagógico bastante difundido, por isso facilita à ação da classe dominante de registrar como quer e como lhe convém a imagem do negro na sociedade brasileira. Caberá ao professor ter a preocupação com a forma pela qual o conteúdo histórico é exposto nos livros didáticos, na medida em que possam contribuir para combater as abordagens incompletas e estereotipadas das imagens dos afrodescendentes.

 

Uma das formas mais comuns de manifestação de racismo é por meio de ofensas e xingamentos. Se isso acontece em uma escola que enfrenta o racismo, ela vai tentar estabelecer algum diálogo entre os pares para tentar resolver a situação. Isso era o que na teoria deveria acontecer, mas não é o caso da maioria das escolas. Entretanto, mesmo que embora essa medida represente um avanço em relação às décadas anteriores, deve-se ir muito além para promover uma educação antirracista.

 

A aplicabilidade da Lei n. 10.639/2003

 

A Lei n. 10.639/2003 versa sobre a inserção do estudo da História da África e cultura afro-brasileira e as resistências que percebemos em nossa prática, na abordagem sobre o que se refere ao continente. Ora por estranheza, desconhecimento e discriminação, em sala de aula observa-se uma recusa constante, uma negação por este conteúdo e esse diagnóstico é visível, vindo de professores ou estudantes. Dispõe a lei 10.639/2003 em seu artigo 3º:

 

Art. 3° A Educação das Relações Étnico-Raciais e o estudo de História e Cultura Afro-Brasileira, e História e Cultura Africana será desenvolvida por meio de conteúdos, competências, atitudes e valores, a serem estabelecidos pelas Instituições de ensino e seus professores, com o apoio e supervisão dos sistemas de ensino, entidades mantenedoras e coordenações pedagógicas, atendidas as indicações, recomendações e diretrizes explicitadas no Parecer CNE/CP 003/2004 (DCN, 2004, p. 32).

 

O conteúdo exige que o professor tenha conhecimento e formação específica, o que ainda não observamos na prática essa realidade. Na prática, a discriminação racial é retratada nos conteúdos que são abordados nos livros didáticos, a exemplo do que apresentamos com a série História: sociedade & cidadania. A série se atém ao passado escravocrata e apenas aborda muito brevemente alguns aspectos e heranças da cultura afro-brasileira. Neste contexto, questões religiosas são deixadas de lado e o candomblé, sequer é mencionado nos livros.

 

É preciso entender que a história dos afrodescendentes vai além de um passado escravocrata. É preciso que se apresente em temas e textos, o protagonismo, valorizando aspectos históricos, culturais, religiosos, econômicos, sociais e intelectuais. E isso ainda está muito aquém do ideal.

 

Primeiramente, é necessário que os profissionais da educação superem o racismo e o preconceito para abordarem o tema da religiosidade afro-brasileira, visto que ainda se percebe no dia a dia a permanência de discursos discriminatórios que foram perpassados ao longo de nossa história cristã. Essa característica faz com que muitos da área da educação ainda considerem a religião africana uma prática demoníaca e profana, desconsiderando o seu verdadeiro valor de relações de permanências, resistências, mudanças, históricas.

 

A implementação da lei teve seu fator positivo, pois despertou em nós a importância de se levar para sala de aula conteúdos não abordados. Também detectou a dificuldade dos professores para abordar o tema e a necessidade de investimentos na formação desses profissionais.

 

Educação Antirracista

 

Para promover uma educação antirracista é preciso reconhecer que o racismo existe também na escola. Isso porque ela não é um espaço imune e segmentado da sociedade, ela é constituída e construída pelas mesmas pessoas que circulam fora daquele espaço. Ao conversarmos com gestores e professores, é comum ouvir que existe racismo no bairro, mas não na escola. Entretanto, quando estão envolvidos na conversa demais funcionários, famílias e alunos, eles apontam violências de cunho racista naquele espaço.

 

Apoiando-se em uma concepção de mundo e perspectiva histórico-cultural eurocêntrica, a escola passa uma visão distorcida da história como, por exemplo, encarando a escravidão como uma simples experiência civilizatória. As noções de beleza que perpassam as relações são derivadas de uma estética “branca”, constituindo um problema, pelo fato de o afrodescendente usá-la como a “referência correta”, entendendo-a como positiva, racional e bem desenvolvida, levando em decorrência, a uma desvalorização da estética negra, encarada como exótica, emocional e primitiva, qualidades consideradas “menores”. Assim, é criado um processo pedagógico tal que leva o afrodescendente a inibir sua capacidade de advogar seus interesses culturais, políticos e econômicos aos quais tem direito como cidadão.

 

Os problemas etno-raciais, comuns neste estágio, são explicados sob o prisma da “culpabilidade da vítima”, cujas condições sociais e econômicas precárias são encaradas como fruto da inépcia e falta de capacidade pessoal dos indivíduos afrodescendentes. Geralmente, acredita-se em uma saída simplista, isto é, aquela em que o afrodescendente deve procurar adaptar-se ao “mundo branco” e o branco, simplesmente, não deve ter atitudes racistas. Essa visão, contida nos vários discursos políticos, religiosos e educacionais baseia-se em uma concepção ingênua, segundo a qual a mudança dessas atitudes se daria pelo simples exercício de vontade das pessoas envolvidas.

 

Se a escola não tiver um trabalho constante, sério e intencional de autoestima, autocuidado, de valorização dessa cultura, vai ser muito difícil as pessoas se identificarem como negras. As escolas estão avançando, mas o racismo aparece muito nas dobras. Logo, a base das transformações em uma escola depende da gestão democrática. Sem isso, as mudanças correm o risco de serem inócuas ou de ampliarem ainda mais as violências. Assim, é preciso que gestores e professores pensem e dialoguem em conjunto com a famílias, a comunidade, a sociedade civil, os estudantes, e todos os profissionais da escola para compreender quais são os desafios, como o racismo se manifesta naquele ambiente, e para criar coletivamente um plano de ação para superá-lo.

 

É no mês de novembro, sobretudo em torno do dia 20, que as escolas se costumam se mobilizar para debater o racismo, a escravidão, e mostrar fragmentos da cultura africana e afro-brasileira. Isso envolve olhar para além da folclorização da produção de conhecimento da população negra, restrita a comidas, samba e capoeira. Para uma atuação coerente, a escola deve intervir na atitude racista, e também mostrar as contribuições dos negros para a química, o português, a matemática. Trazer as inovações científicas e tecnológicas que promovem. É por meio dessa valorização que uma criança deixa de olhar para a outra como inferior.

 

A história brasileira contada a partir da perspectiva da população que foi escravizada, da resistência e reexistência, é uma narrativa que não está nos livros didáticos ainda. E quando isso não acontece, as consequências são perversas. As crianças deixam de querer ir à escola, o que pode levar à evasão. Ou quando continuam a frequentá-la, seguem submetidas a sucessivas violências e, portanto, têm mais dificuldades para aprender. Nenhum sujeito quer olhar para o material e ver sua história apresentada apenas por uma perspectiva, de derrota, sem mostrar a resistência. Então ao invés de estar na escola tentando entender o mundo, ficam preocupadas com seu pertencimento por causa do racismo que vivem. Repensar a história contada pela maioria dos livros didáticos, construídos a partir do ponto de vista eurocêntrico é, portanto, uma forma de fortalecer a identidade dos estudantes.

 

Considerações Finais

 

É preciso começar a pensar a escola como produtora de conhecimentos mais igualitários. Isso pode ser feito por meio de um olhar real para a comunidade e os estudantes. A escola tem que se perguntar e questionar os seus alunos: “o que eles sabem?”. Não tem que perguntar o que não sabe, mas o que ele sabe e, a partir disso, construir novos conhecimentos.

 

Deve-se olhar para os espaços e personagens que sustentam essa história do povo negro próximos. Quais são as primeiras famílias negras desse território? Quais são os espaços de culto ao sagrado desse lugar? Onde a gente encontra os espaços de lazer? Onde estão os bailes black, um sarau, um festival de cultura negra? Todos esses conhecimentos podem ser articulados com as disciplinas curriculares.

 

Por fim, o espaço escolar também educa. Nessa perspectiva, ele tem peso no combate ao racismo. Deve-se olhar, por exemplo, para as imagens e referências que ocupam as paredes da escola, as referências religiosas, e se a oração do Pai Nosso ainda é feita como se fosse universal. Das paredes até os recados priorizam o grupo branco como referência. Há muitas referências cristãs pelas escolas, isso é uma linguagem, é uma composição de espaço, é uma referência de uma cultura em detrimento de outra.

 

Toda essa ignorância com relação a essas culturas gera um ambiente propício para intolerância, proporcionando sofrimento aos praticantes e a todos aqueles/as que fazem parte da população negra, que tem o seu direito de pertença e identidade racial muitas vezes negado em função do racismo.

 

Espera-se que a leitura deste artigo seja útil e ajudado os leitores a perceber a mistura de etnias existente no Brasil e que a maioria das crenças são frutos dessa mistura. Que possam reconhecer e valorizar a diversidade humana, partindo de um processo de conhecimento e respeito de nossas identidades culturais, com o intuito de resgatar e fomentar atitudes individuais e coletivas contra o preconceito e a favor do respeito às diferenças.

 

Referências Biográficas

 

José Luiz Xavier Filho. Graduado em História pela Universidade de Pernambuco (UPE), especialista em Ensino de História pela Faculdade Venda Nova do Imigrante (FAVENI), e em História e Cultura Afro-Brasileira pelo Instituto Pedagógico de Minas Gerais (IPEMIG), mestrando em Culturas Africanas, da Diáspora, e dos Povos Indígenas (UPE), professor de História do quadro efetivo da rede municipal de ensino do município da Lagoa dos Gatos – PE, ID Lattes: http://lattes.cnpq.br/4762429040202808, ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9088-8610, E-mail: jlxfilho@hotmail.com.

 

Referências Bibliográficas

 

BARCA, Isabel. Literacia e consciência histórica. Educar, Especial, p. 93-112. Editora UFPR. Curitiba, 2006.

 

BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Brasília: MEC/SEF, 2004.

 

BITTENCOURT, Circe Fernandes. Livro didático e conhecimento histórico: uma história do saber escolar. Tese de doutorado em História Social, Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, 1993.

 

MEDEIROS, Daniel Hortêncio de. Manuais didáticos e a formação da consciência histórica. Educar, Especial, p. 73-92. Editora UFPR. Curitiba, 2006.

 

NASCIMENTO, Abdias. O genocídio do negro brasileiro: processo de um racismo mascarado. São Paulo: perspectiva, 2017.

 

PINTO, R. P. A representação do negro em livros didáticos de leitura. Cadernos de Pesquisa, 63, novembro, pp. 88-92, 1987.

 

RÜSEN, Jörn. Didática da história: passado, presente e perspectiva a partir do caso alemão. Práxis Educativa. v. 1, n. 2, p. 7-16, Ponta Grossa, PR. jul.-dez. 2006.


33 comentários:

  1. José Luiz Xavier Filho

    Boa Tarde!

    Você acha a falta de diálogo com os alunos sobre a temática, facilita com que esses atos ocorram dentro do ambiente escolar? Infelizmente alguns professores seguem a risca os conteúdos a serem estudados nos bimestres para não "atrasar", e muitas vezes deixam de tratar de assuntos importantes como esse. Qual a sua opinião sobre isso?

    Maine_fps@otmail.com

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    1. Boa Noite, tudo bem? Espero que esteja bem e segura. Eu defendo essa linha de pesquisa e essa temática para sala de aula. Apresentar o negro como protagonista e trazer esses complementos em formas de texto ou vídeo (documentário e afins). O aluno precisa ser escutado, a comunidade também, a gente não pode se deter apenas ao livro didático, mesmo que tenhamos um cronograma a seguir. Dá para conciliar ou pelo menos tentar, o processo é lento mas a luta precisa ser constante em sala de aula. Ass. José Luiz Xavier Filho

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  2. Marcos José Soares de Sousa25 de maio de 2021 às 16:08

    Texto muito bom, dinâmico e claro. Sua discussão sobre o racismo na escola é muito atual. José qual seria a maior ausência do livro didático atualmente ao tratar ou não sobre populações negras ?

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    1. Boa noite, tudo bem? Espero que esteja bem e seguro. A maior ausência é a falta de protagonismo. Em sua maioria, os livros didáticos tem cor e posição: branco, eurocêntrico, conservador e sempre colocam os negros indígenas em rótulos estereotipados. Negro como descendente de escravo, o que não é, e indígenas como preguiçosos. Poderia citar dezenas de livros didáticos de História que ainda fazem isso no século XXI. Deixo como dica trabalhar o protagonismo negro no campo das revoluções brasileiras, mundiais, trazer a tona o debate muito atual sobre colorismo branquitude, movimento negro e etc. A sala de aula precisa ir além das quatro paredes e do livro didático, explora as potencialidades que citei acima, e torna o espaço escolar mais diverso, incluso, democrático e plural. Ass.: José Luiz Xavier Filho

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  4. Olá José luiz, primeiro gostaria de parabeniza-lo pelo interessante trabalho e pela problemática, Infelizmente ainda há quem diga que o racismo não exista na escola, gostei muito do seu trabalho porquê faz com haja reflexão a respeito do perigo da história única, e de como a não contextualização dos assuntos bem como a (re)produção de estereótipos prejudicam o entendimento e disseminam uma ideia de historia única para os alunos. A respeito disso, gostaria de saber se você acha que esse negar ou achar que não existe, pode estar diretamente ligado à própria formação do professor dentro da academia, tendo em vista que em alguns cursos de licenciatura a disciplina de história da África ainda se apresenta de forma eletiva?
    Att, Janaina Mendes da Silva

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Boa Noite, tudo bem? Espero que esteja bem e segura. O erro já começa na formação do professor mesmo. O silenciamento e ocultamente na academia é absurdo. Se colocam como disciplinas eletivas e se estão na grade oficial é uma ou outra cadeira solta. Tendo em vista que estamos no Brasil, um membro distante do continente africano e nossa população formada por mais de 50% de negros e pardos. A formação do professor precisa ser revista, formações continuadas precisam ser realizadas para nos dar suporte contínuo. O que já poderia ter sido sanado em partes durante a graduação.

      Ass.: José Luiz Xavier Filho

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  5. Qual é a melhor forma de implementar uma ação contra o racismo numa sala de aula ?

    Leonardo Lima de Moura

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    1. Boa noite, tudo bem? Espero que esteja bem e seguro. Ela parte primeiramente da gente mesmo como ser humano que luta por uma sociedade mais justa. Segundo, não se prender sempre ao livro didático, tendo em vista das abordagens incompletas e estereotipadas que ainda trazem consigo. Terceiro, a sala de aula não pode ser vista apenas como um conjunto de quatro paredes, ela precisa ir além disso. Trabalhar com as outras disciplinas em conjunto, interdisciplinaridade, é uma ferramenta poderosa. Práticas pedagógicas inclusivas, filmes que tragam o protagonismo negro, jogos educativos, curtas-metragens, leituras de contos africanos, debates sobre as religiões de matriz africana, entre outras coisas. Essa visibilidade precisa ser trabalhada dentro do espaço escolar.

      Ass.: José Luiz Xavier Filho

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  6. Olá José Luiz, primeiramente gostaria de parabenizar seu trabalho.
    Trata-se de um texto muito bem desenvolvido e de grande valia para que possamos repensar nossa prática didática em relação ao racismo que certamente se encontra presente no âmbito escolar.
    Tento em vista que os matérias presentes nos livros didáticos são tendenciosos, pois, refletem uma visão de inferioridade e subserviência sobre os afrodescendentes . Até que ponto os alunos poderiam se ver refletidos em sua própria história, isto é, como sujeitos históricos, já que estão cercado por todo tempo e em todos os lugares, sendo "contaminados", e consequentemente interiorizando conhecimento tais quais o representados nos livros didáticos, bem como em outros elementos existentes na escola?


    Desde já agradeço!!!!

    Att,
    CLAUDIONICE MERLOTO DA SILVA LEMES MIKOS.

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    1. Boa noite, tudo bem? Espero que esteja bem e segura. Te indico a trabalhar todas essas questões sobre branquitude, colorismo, empoderamento, ativismo, inclusão sob uma ótica do negro. Já pensou? Traga textos, atividades, filmes, curtas-metragens colocando o negro como protagonista. Trabalhe o fortalecimento da autoestima dos alunos afrodescendentes.

      Ass.: José Luiz Xavier Filho

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  7. Boa tarde a todos quero parabenizar o autor José Luiz Xavier Filho, pelo trabalho acadêmico designado de “Na minha escola não tem racismo”. será? Que traz uma informação bastante pertinente na qual é citado que Fora da África, o Brasil é o país com maior número de descendentes de africanos. No censo demográfico (2019) consta que 56,10%. Esse é o percentual de pessoas que se declaram negras no Brasil, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do IBGE. Na verdade, esse número é muito mais elevado. A identificação do afro-brasileiro pela cor da pele e outras características como a textura do cabelo, o aspecto da face (pronunciamento do nariz e dos lábios) não esgota a descendência africana do nosso povo.

    Assina: Francielcio Silva da Costa.
    Graduado em História pela UESPI- Universidade Estadual do Piauí.

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    1. Concordo com você. Mas trouxe e só posso abordar dentro de uma pesquisa científica dados oficiais e registrados. Com os novos debates sobre colorismos e identificação como negro, são muito mais superiores. Mas esse é pano para outra manga, não é a temática do meu texto.

      Ass.: José Luiz Xavier Filho

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  8. O que é necessário para se promover uma educação antirracista?

    Assina: Francielcio Silva da Costa.
    Graduado em História pela UESPI- Universidade Estadual do Piauí.

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    1. Avançar na qualidade da educação brasileira mudaria as histórias de meninos e meninas de todo o país. Porém, existem histórias de vida mais perto, como nos espaços escolares em que trabalhamos, onde os alunos afrodescendentes lutam por vez e voz. A escola tem por obrigação de ser um espaço de direito, democrático, plural e diverso. No entanto, um salto coletivo depende do impulso de todas as crianças e jovens que compõem o corpo discente, e uns precisam de mais apoio que outros. Esse é o caso dos estudantes negros/pretos e pardos que vivenciam a sobreposição de exclusões durante suas trajetórias escolares, marcadas por menores oportunidades para aprender, o que impacta seus projetos de vida.

      Ass.: José Luiz Xavier Filho

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  9. Como a escola pode combater o racismo?

    Assina: Francielcio Silva da Costa.
    Graduado em História pela UESPI- Universidade Estadual do Piauí.

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    1. Pensar em educação e projetos que a fortifiquem, já é fortalecer as referências negras/pretas na escola e no imaginário coletivo, dando visibilidades aos grandes expoentes na cultura e pensamento nacional e efetivando a Lei 10.639/2003, de ensino da história e cultura afro-brasileira e africana nas redes públicas e particulares da educação. A consciência de uma pessoa negra geralmente acontece, se acontecer, na fase adulta, após ela passar por muitos sofrimentos de negação de negritude, cabelo e cor da pele. Uma educação antirracista, que fale sobre a história afro-brasileira, contribui para, já nos primeiros anos de vida, mostrar que a população negra foi de extrema importância para acúmulo de desenvolvimento e riquezas no Brasil, à base de muito sofrimento, lutas e resistências, e no cenário cultural em relação às artes. Para os estudantes negros/pretos, uma educação básica antirracista traz autoestima e incentivo, e, para os brancos, consciência sobre racismo e seus impactos.

      Ass.: José Luiz Xavier Filho

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  10. Quero agradecer pelo ótimo artigo do Prº José Luiz Xavier Filho, na qual será de grande utilidade para os estudos dentro do saber acadêmico, na qual me direciono o questionamento sobre o Racismo dentro das escolas que só mostra os resquício de que a sociedade brasileira ainda permeia a um sentimento colonialista que até o momento ainda não foi sarado, como se deve resistir a esses preconceitos por mais que tenhamos leis que nos aparem como a lei 10.639/2003?
    Márcio José Lima Lisboa

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    1. É notório que muitas pessoas negras não se afirmam como tal, se negam diante da sociedade, e, de maneira bem dolorosa, não se reconhecem como negro/preto na frente do espelho, portanto, não conseguem se afirmar. Infelizmente todas essas negações, têm um porquê ou vários porquês. A sociedade brasileira precisa e muito refletir e aceitar a naturalidade a negritude das pessoas, embora a cultura do preconceito e discriminação racial esteja secularmente entranhada na vida dos indivíduos. Embora diante das injustiças sociais históricas, o povo negro/preto deve se manter unido em busca desse grande ideal libertário. Não foi fácil os antepassados sobreviverem, e muito mesmo para nossas crianças e adolescentes da nossa escola, mas para isto foi preciso muita luta, mesmo enfrentando as limitações sociais e uma correnteza que nos puxa ao contrário. Se realmente queremos construir uma sociedade igualitária, é necessário compreender qual o papel que cada estrutura socioeconômica desempenha na reprodução do racismo, a fim de desenhar estratégias eficazes para o seu enfrentamento. Nesse cenário, o combate à desigualdade racial na educação é essencial, enquanto elemento indispensável para qualquer mudança, de modo que sem uma educação efetivamente antirracista não é possível pensar em uma sociedade igualitária.

      Ass.: José Luiz Xavier Filho

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  11. Olá José Luiz, artigo muito interessante, ele aborda temas que devem ser debatidos e revistos pela nossa sociedade e principalmente no ambiente escolar. Vemos com frequência que mesmo com as leis que asseguram o ensino da cultura Afro brasileira e africana ainda há resistência a esse ensino e racismo nas escolas. De que maneira podemos reivindicar e buscar para que essas leis sejam de fato cumpridas, para que essa grande maioria da população brasileira afrodescendente seja e se sinta de fato representada na sociedade, no ambiente escolar e nos livros didáticos?
    Pois essa desconstrução de pensamentos preconceituosos e racistas precisa acontecer desde cedo, desde a educação básica, visto que é desde cedo que vemos ao nosso redor essa construção racista e acabamos por absorver isso.

    Desde já agradeço a atenção!

    Heloísa Alves da Silva
    Email: heloisasachimi@gmail.com

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    1. É através da percepção de suas experiências de vida que o aluno pode incorporar com maior propriedade os saberes escolares de forma mais crítica e contínua, melhorando sua compreensão do mundo e ampliando sua ação e interação social. Desse modo, o estudo da História e, consequentemente, a vivência do projeto que foi realizado, deve partir da compreensão e reconstituição da vida cotidiana para que seja possível entender essa dimensão na vida das outras pessoas e perceber que o homem, vivendo em sociedade, cria desde costumes pessoais até grandes ideias. Toda essa ignorância com relação a essas culturas gera um ambiente propício para intolerância, proporcionando sofrimento aos praticantes e a todos aqueles/as que fazem parte da população negra, que tem o seu direito de pertença e identidade racial muitas vezes negado em função do racismo.

      Ass.: José Luiz Xavier Filho

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  12. boa noite, tema completamente atual, ao meu modo de ver vivemos em um país onde o racismo é um dos piores que se possa imaginar, racismo baseado em mentiras disfarçados de verdade, preconceitos raciais maquiados como se focemos uma nação onde todos são irmãos, onde a cor da pele não tivesse importância. é claro que minha escola teve racismo, o racismo continua firme e forte, continua estrutural , sistemático. perdão pela minha indignação! olhando para o futuro e para as gerações que virão, existe de fato possiblidades palpáveis e realistas que nos dão a esperança de quebrarmos esse racismo cruel nas nossas escolas e nas nossa sociedade em um aspecto macro ?

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    1. Em um país ainda marcado pelo abismo racial e de renda, entender e desenvolver uma educação antirracista é fundamental para que justiça e sociedade caminhem juntas. A saber, sem tocar na questão carcerária e focando apenas na área educacional, enquanto 74% dos jovens brancos concluíram o ensino médio com até 19 anos, essa é a realidade para apenas 53,9% dos negros e 57,8% dos pardos, conforme revela levantamento divulgado ano passado pelo Todos Pela Educação. Já dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb/Inep) de 2017 tornam ainda mais nítida essa disparidade racial, uma vez que na época, 59,5% dos estudantes brancos cursando o 5º ano tiveram uma aprendizagem em matemática tida como adequada e somente 29,9% dos negros se encaixaram no mesmo quadro. Ou seja, a educação antirracista vai muito além de aplicar a lei 11.645/2008, que inclui no currículo oficial da educação básica a obrigatoriedade da temática história e cultura afro-brasileira e indígena. A lei é muito importante, mas é preciso reconhecer que o racismo estrutural existe, inclusive, no ambiente escolar.

      Ass.: José Luiz Xavier Filho

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  13. Boa noite, José Luiz Xavier Filho.

    A discussão, os problemas/desafios e as souluções que você propôs no artigo são extremamente pertinentes para a compreensão acerca da temática étnico-racial no Brasil. Nesse sentido, suas reflexões nos permitem enxergar o quão grave são as condições encontradas no chão da escola, mas sobretudo faz nos pensar sobre as maneiras como fazermos do ensino de História uma ferrameta de extrema importância para a ação codiana cidadã. Meus parabéns pelo artigo. Pensando no que diz o respeito ao processo de ensino-aprendizagem, como fazer da prática docente, no ensino de história, uma experiência que envolva não apenas a valorização, o conhecimento e o respeito da cultura e da história negra, seja ela afro-brasileira ou africana, entre brancos e negros, numa sociedade que estruturalmente idealiza e reproduz comportamentos que transcendem o ensino de história, mesmo que esta disciplina se preocupe com os mais variados aspectos sociais, culturais, políticos e históricos?

    Assina: Bruno Wesley Alves.
    Graduando do curso em licenciatura em História pela UFRN.

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    1. O Brasil é um país diverso em sua constituição étnica, foram muitas imigrações, principalmente durante o século XX. Mas séculos antes, teve-se um contingente muito extenso trazido da África para serem escravizados no país, também chamada de Diáspora. Durante os anos 30 do século XX, a existente mestiçagem, comum em um país com tanta diversidade de povos, cores e culturas, vai ser caracterizada, através da criação do(a) mulato(a), para criar um gradiente de cores mais variado ainda, e pejorativa sobre fenótipos negros, para uma hierarquização de cores e raças, em uma exclusão maior de negros. Ou seja, o mulato é a representação da identidade nacional, do mestiço, mas ainda assim está hierarquicamente abaixo de brancos, mas superior aos negros. Esta concepção, para negros e negras no Brasil, criam consequências violentas, como resultado da busca de um maior branqueamento possível, o que atinge, marcadamente, a estética do corpo negro sobre rejeição do mesmo, constantes na tentativa de uma aceitabilidade e inclusão. Além disso, há um conflito vivido pelo próprio mulato, uma indefinição cultural e originária, em que a identificação se torna confusa. Um meio termo, que não se encaixa em nenhum lugar. Diferentes estudiosos têm se preocupado com a maneira como os negros foram e vêm sendo atingidos pela ideologia do branqueamento no Brasil. A militância negra tem destacado persistentemente as dificuldades de identificação racial como um elemento que denuncia uma baixa auto-estima e dificulta a organização negra contra a discriminação racial.

      Por que eu te disse isso? Para que você entenda o que problema é muito maior e que a resolução não é rápida, mas poder ser. Utilize sua sala de aula numa perspectiva antirracista, aborde temas como branquitude, colorismo, empoderamento, ativismo, lugar de fala, desconstrução, e veja pequenos milagres. Tenho três artigos que serão publicados de práticas pedagógicas exitosas realizada nas minhas aulas. Vou deixar meu e-mail e você me manda uma mensagem para eu salvar o seu, quando for publicado, eu te envio eles.

      e-mail: jlxfilho@hotmail.com
      Ass.: José Luiz Xavier Filho

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  14. Oii, José, primeira gostaria de parabenizá-lo pelo excelente trabalho. Meu questionamento surgiu a partir de uma citação do seu texto que diz: "Em outras palavras, o conhecimento histórico não significa simplesmente o acúmulo de uma quantidade de informações relacionadas a fatos do passado.", com isso, podemos dizer que um dos maiores desafios no ato de ensinar estar em dar sentido as informações que estão sendo repassadas, ou seja, trazer todo o conteúdo para mais perto da realidade do aluno. Desse modo, quais caminhos você aconselha serem seguidos para a promoção de uma educação mais significativa no que diz respeito, principalmente, a carga histórica trazida pelo racismo como problema social?

    Leandra Hellen Assunção Santos

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    1. Dentro do meu próprio texto já tinha a resposta para problemática: "É preciso entender que a história dos afrodescendentes vai além de um passado escravocrata. É preciso que se apresente em temas e textos, o protagonismo, valorizando aspectos históricos, culturais, religiosos, econômicos, sociais e intelectuais. E isso ainda está muito aquém do ideal." Toda essa ignorância com relação a essas culturas gera um ambiente propício para intolerância, proporcionando sofrimento aos praticantes e a todos aqueles/as que fazem parte da população negra, que tem o seu direito de pertença e identidade racial muitas vezes negado em função do racismo.

      Ass.: José Luiz Xavier Filho

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  15. Hebimael Travassos Lima;

    Boa noite, tema completamente atual, ao meu modo de ver vivemos em um país onde o racismo é um dos piores que se possa imaginar, racismo baseado em mentiras disfarçados de verdade, preconceitos raciais maquiados como se focemos uma nação onde todos são irmãos, onde a cor da pele não tivesse importância. é claro que minha escola teve racismo, o racismo continua firme e forte, continua estrutural , sistemático. perdão pela minha indignação! olhando para o futuro e para as gerações que virão, existe de fato possiblidades palpáveis e realistas que nos dão a esperança de quebrarmos esse racismo cruel nas nossas escolas e nas nossa sociedade em um aspecto macro ?

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    1. Em um país ainda marcado pelo abismo racial e de renda, entender e desenvolver uma educação antirracista é fundamental para que justiça e sociedade caminhem juntas. A saber, sem tocar na questão carcerária e focando apenas na área educacional, enquanto 74% dos jovens brancos concluíram o ensino médio com até 19 anos, essa é a realidade para apenas 53,9% dos negros e 57,8% dos pardos, conforme revela levantamento divulgado ano passado pelo Todos Pela Educação. Já dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb/Inep) de 2017 tornam ainda mais nítida essa disparidade racial, uma vez que na época, 59,5% dos estudantes brancos cursando o 5º ano tiveram uma aprendizagem em matemática tida como adequada e somente 29,9% dos negros se encaixaram no mesmo quadro. Ou seja, a educação antirracista vai muito além de aplicar a lei 11.645/2008, que inclui no currículo oficial da educação básica a obrigatoriedade da temática história e cultura afro-brasileira e indígena. A lei é muito importante, mas é preciso reconhecer que o racismo estrutural existe, inclusive, no ambiente escolar.

      Ass.: José Luiz Xavier Filho

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