Leandra Hellen Assunção Santos e Cintia Venâncio

A IMPORTÂNCIA DO LIVRO DIDÁTICO NO ENSINO DE HISTÓRIA

  

O livro didático é uma das principais ferramentas que conduzem o ensino no nosso país, seja ele utilizado em instituição pública ou privada servindo como base para professores e alunos. Com ele, o discente consegue acompanhar o que o professor ensina. O professor, por sua vez, também pode utilizar-se deste recurso para consultar os conteúdos e organizar as aulas, bem como definir habilidades e competências que serão trabalhadas ao longo do ano letivo. Desse modo, o livro didático passa a servir também como material de apoio auxiliando na otimização do tempo do profissional docente tendo em vista as imagens, atividades e exercícios que são disponibilizados ao longo dos capítulos.

 

Entretanto, nem todos possuem conteúdo adequado e em muitos casos abordam as temáticas de maneira muito simplificada, em outras, traz uma linguagem muito rebuscada e de difícil compreensão, por isso, a escolha desse material, é, senão, a mais importante tomada pelos gestores de uma escola, analisando as opções e escolhendo a que melhor atende as suas necessidades, visando sempre o progresso da educação naquela comunidade escolar. Sendo assim, assume valiosíssimo papel na práxis educativa, como uma porta de entrada para um universo de saberes.

 

No entanto, sabendo da realidade da maioria das escolas brasileiras, o livro didático tem se tornado cada vez mais utilizado, como sendo a única fonte de conhecimento disponível. Levando em consideração que o educador não precisa utilizar somente um material. O livro é o principal escolhido, mas deve ser complementados com outros recursos didáticos como, vídeos, websites, jogos. Porém, a falta de recursos que auxiliem o ensino demonstra mais uma vez, a importância na hora de escolher um material adequado, pois será este o principal meio de aprendizagem do aluno ao longo de todo o ano letivo.

 

Ademais, como a abordagem proposta do livro didático pode impactar o entendimento dos jovens sobre o papel dos negros escravizados no movimento da História? O que ele tem ensinado aos estudantes a respeito das relações étnicos-raciais e a valorização da cultura e história afro-brasileira, já que a mesma tornou-se obrigatória no currículo básico nacional através da Lei nº 10.639/03 desde de 2003.

 

Com esses questionamentos, o presente trabalho busca apresentar as discussões e reflexões obtidas sobre o livro História, Sociedade & Cidadania do autor Alfredo Boulos Júnior­ – 9º ano, 4º edição, 2018. Tomando como norte as Diretrizes Curriculares para a Educação das Relações Étnicos-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2004) traz a seguinte regulamentação:

 

“Edição de livros e de materiais didáticos, para diferentes níveis e modalidades de ensino, que atendam ao disposto neste parecer, em cumprimento ao disposto no Art. 26A da LDB, e, para tanto, abordem a pluralidade cultural e a diversidade étnico-racial da nação brasileira, corrijam distorções e equívocos em obras já publicadas sobre a história, a cultura, a identidade dos afrodescendentes, sob o incentivo e supervisão dos programas de difusão de livros educacionais do MEC – Programa Nacional do Livro Didático e Programa Nacional de Bibliotecas Escolares (PNBE)” (DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS E PARA O ENSINO DE HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E AFRICANA, 2004, p.25).

 

Sobre o autor

 

Sobre a formação do autor, Alfredo Boulos Júnior, foi encontrado seu currículo pela Plataforma Lattes, com sua última atualização em 11 de setembro de 2020. Sendo este Licenciado em História e Mestre em Ciências com ênfase em História Social pela Universidade de São Paulo (USP), além disso, tornou-se doutor em História pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC) com destaque em História da Educação. Trabalha com a produção de livros didáticos a cerca de trinta anos e neste período apesar de sua trajetória acadêmica nunca deixou de ser um educador. De acordo com a plataforma, tem experiência na área de educação, com ênfase em História Política e Sociedade. Atuando principalmente em temas como: representação, africanos, imagens, afrodescendentes, livro didático, cultura e historiografia da educação, tendo já diversas produções com estes temas.

 

O professor Boulos, também atuou em escolas da rede pública e particular de ensino, como em cursinhos pré-vestibular. Assessorou a Diretoria Técnica da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), do governo do Estado de São Paulo. As suas obras são utilizadas em escolas de todo o país e bastante reconhecidas pelo rigor conceitual, atualização historiográfica e comunicação real com os discentes. Ele defende a ideia de que a leitura e escrita é importante em todas as áreas, como habilidades interdependestes e que a construção dessas habilidades não é apenas serviço da língua português, e sim, compromisso de todas as áreas.

 

Haja vista o currículo e área de pesquisa do profissional que assina o livro são de se esperar que seja uma ferramenta de ensino voltada para a História Social. Presumimos que este deve apresentar um maior destaque aos indivíduos ocultados da história como as populações escravizadas- o principal foco desta análise. Procurando então, apresentá-las dando a importância merecida, fazendo do livro didático um parceiro do aluno, e como diz o autor em uma entrevista Webinar pela FTD, “Fazer do livro didático um companheiro de viagem” e, sobretudo, valorizar a história e apresenta-la de maneira contextualizada e não separada da sociedade e da vida cotidiana.

 

Resultados da análise

 

Dando início aos apontamentos gerais do livro, em nossa concepção ele não traz uma capa muito chamativa, sugerindo uma imagem muito limitada com relação à cultura e tradições, estando elas restritas a somente uma área do Brasil.

 

Ao longo do livro as imagens são distribuídas em diversos tamanhos de forma colorida, todas elas contendo legendas bem explicativas e de fácil compreensão algumas delas apresentam datas e em outras a imagem serve como uma espécie de conversação entre livro/aluno, trazendo discussões que serão levantadas de maneira mais aprofundada posteriormente.

 

Ademais, a forma como o conteúdo é abordado no livro traz alguns elementos que incentivam a reflexão, como o quadro Abordando (onde o autor faz pequenas perguntas ou acrescenta alguma informação adicional sobre o conteúdo abordado em cada temática), além disso, traz ao final de cada capítulo um quadro denominado de Vozes do passado ou Vozes do presente, espaço reservado para expor fontes extras de pesquisa, trechos de livros, teses, poemas e etc. sendo uma característica bastante relevante na construção do material, pois o autor consegue trabalhar as narrativas em diferentes tipos de fontes.

 

Ao final de cada capítulo é possível encontrar algumas sugestões de questões de fixação para os alunos acompanhadas de textos para reflexão. Dessa maneira, as atividades envolvem recortes de textos, livros, imagens e questões discursivas onde todas elas objetivam, de modo geral, um maior envolvimento entre os alunos e que eles desenvolvem capacidade de pesquisa em diferentes fontes. Por outro lado, a maioria das questões não são de fácil compreensão, necessitando do auxílio do professor para uma orientação dirigida. Além disso, ao final de cada capítulo há também a sugestão de vídeos e filmes onde estão indicando os links para encontrá-los na web.

 

Figura 1 – Livro didático utilizado no artigo.

Fonte: https://pnld2020.ftd.com.br/colecao/historia-sociedade-e-cidadania/

 

Ao todo, livro traz 15 capítulos divididos em 4 unidades principais, onde apenas a primeira e terceira unidade trazem tópicos específicos reservados aos povos negros e como estes foram partes principais em nossa história. Consideramos, então, que as histórias desses povos ficam de lado nos outros capítulos do livro.

As formas como essa parte da população eram afetadas não estão descritas em sua maioria, mesmo havendo espaço para apresentar esses povos como protagonistas da história de nosso país. O livro enriquece temáticas ligadas ao eurocentrismo e somente no capítulo especifico denominado como: “Movimentos sociais: Negros, indígenas e mulheres” relata, em poucas páginas a trajetória desses povos.

 

Nesta parte, podemos observar que o protagonismo do negro e dos grupos menos favorecidos foi de grande valia para formar a sociedade que somo hoje. As lutas, as conquistas, a dificuldades de alcançar espaço que eram pensados apenas para os brancos, como também a maneira que os negros acharam para enfrentar as exclusões e começarem a ganhar força e confiança da sociedade. A criação do Teatro Experimental Negro o (TEN), a conquista da imprensa com vários jornais que traziam artigos escritos por pessoas negras, o primeiro partido político formado apenas por cidadãos negro o (FNB) e como o mundo do trabalho era extremamente restrito e dificultoso para essa parte da população, tendo que na maioria das vezes se submeterem a trabalhos desumanos pra a garantia da sobrevivência.

 

Nos outros capítulos, podemos observar ainda o predomínio da visão europeizada e colonizadora quando se trata da história do nosso país. Identifica-se, por exemplo, em vários assuntos, a presença de grupos familiares brancos e a representação destes como detentores de terras, meios de produção e valores ligados a cultura e religião. Por outro lado, o ensino da história africana e da cultura afro-brasileira ocupa mais uma vez um lugar secundário, ao contrário de ser vista como protagonista e parte essencial para compreensão de quem somos atualmente e porque somos um país miscigenado.

 

Seguindo mais adiante no capítulo conseguimos observar que existe apenas uma página onde o negro é retratado e que as demais voltam-se a falar da luta das mulheres pela conquista de direitos igualitário e da tentativa de civilizar os nativos. Há apenas um tópico ao final da unidade que traz um texto dos autores Walter Fraga e Wlamyra Albuquerque retirado do livro “Uma história da cultura afro-brasileira”, e este texto possui uma discussão muito rica a respeito do reconhecimento e da aceitação das nossas heranças africanas, além de apresentar a luta contra o racismo, não apenas dever do negro, mas sim, de todos nós. Porém, ao final do texto as questões propostas não são muito convidativas ao leitos (estudando), apesar de questões curtas, elas poderiam abordar para além de compreensão da relação das trocas culturais entre indígenas, africanos e português, senão, fazer com que o aluno tenha outro olhar sobre a África, e que a história dos nossos conflitos envolveu bem mais do que a fomentação de classes sociais distintas, mas que uma herança do passado, essa problemática racial circunda o nosso cotidiano de numerosas maneiras.

 

Cabe citar que nos textos anteriores onde que são referentes a construção da republica, o negro é apontado como mão de obra utilizada no sertão nordestino e até recebem a denominação de ‘povos sertanejos’. Ademais, o quadro abaixo mostra os principais temas dos textos que foram trabalhos no livro que abordam a problemática em questão. A partir dessa tabela, podemos observar que em nenhum dos textos a história é contada através do aspecto social, e tentativa de trazer essa ideia para o texto acaba sendo consumida pelo posicionamento político e elevando os elevando os feitos negros como permissão de brancos para o dado progresso.

 

Tabela 1- Análise dos conteúdos

1

ABOLIÇÃO

HISTÓRIA POLÍTICA

MENOS ABORDADO

2

OS NEGROS NO MUNDO DO TRABALHO

HISTÓRIA ECONÔMICA

EQUILIBRADO

3

A IMPRENSA NEGRA

HISTÓRIA DA CULTURA

EQUILIBRADO

4

FRENTE NEGRA BRASILEIRA E TEATRO EXPERIMENTAL DO NEGRO

HISTÓRIA POLÍTICA

MAIS ABORDADOS

Fonte: criação própria

 

Por fim, a produção deste trabalho não tem o objetivo de desmerecer a escrita do autor, mas de tentar construir uma crítica positiva para a criação dos próximos materiais. Para que estes sejam repensados e escritos de maneira menos eurocêntrica. Que apresente as afinidades existentes entre o Brasil e a África, que não aponte o negro apenas como mercadoria, e sim o oposto, destaque as grandes contribuições que os africanos incorporam na cultura do brasileira no seu período de formação que o livro possa deixar de lado, a maneira tradicional de ver o negro como mão de obra a serviço dos senhores o entendendo como protagonista, e não coadjuvante.

 

Conclusão

 

A realização deste estudo mostra que a escolha e utilização do livro didático faz todo a diferença no processo de ensino e aprendizagem. Reforçando mais uma vez que em muitos casos esse é o único material disponível e que uma boa escolha traz a professores e alunos uma maior consciência dos diálogos que serão estabelecidos.

 

Por conseguinte, o estudo também proporcionou conhecer mais de perto as nossas necessidades em ampliar o conhecimento dos nossos jovens com relação a temática negra e como esses foram e são importantes figuras para o desenrolar de nossa história. A lacuna e o vazio que é deixado ao falar dos negros coloca a prova a nossa consciência, em saber tão pouco de uma cultura tão rica. Faz-se necessário, neste sentido, que sejam revisadas as edições do livro, dos textos e das atividades propostas nos capítulos onde estão sendo abordadas as temáticas negras. Como também a promoção de debates com fito de contar um pouco mais da nossa real história, ficar do lado da África para entender o Brasil, ver que a nossa cultura foi completamente influenciada e que todos nós temos marcas do povo negro pela nossa vida, seja no modo de comer, de dançar, de cultuar os deuses, ou até mesmo no próprio aspecto físico.

 

Outrossim, vale ressaltar que só é possível tomar conhecimento de tais questões através da escola, sabendo que está assume o papel de difusora do conhecimento e ambiente de troca. Com fito de, valorizar as nossas raízes e manter a tentativa de erradicar as atitudes de racismo, preconceito, desigualdade e deixando de atribuir o negro apenas ao papel de escravo, que ele possa passar a ser visto como protagonista de sua própria história e que cuidar da nossa ancestralidade seja compromisso de nossa sociedade, fazendo dela justa e sobretudo, igualitária. 

 

Referências biográficas

 

Leandra Hellen Assunção Santos, estudante do curso de Licenciatura em História pela Universidade Federal do Rio Grande do norte, bolsista remunerada do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID).

 

Cintia Venâncio, estudante do curso de Licenciatura em História pela Universidade Federal do Rio Grande do norte, bolsista remunerada do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID).

 

Referências bibliográficas

 

BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Brasília/DF. Outubro, 2004. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/educarnadiversidade2006.pdf

Acesso em: 25 de set. de 2020

 

BOULOS, Alfredo. HISTÓRIA SOCIEDADE & CIDADANIA. Disponível em: https://pnld2020.ftd.com.br/colecao/historia-sociedade-e-cidadania/. Acesso em: 25 de set. de 2020


 

23 comentários:

  1. Bom dia.

    Eu li o texto de vocês é achei interessante. Gostaria de fazer uma provocação. Tendo em vista que o material didático é de 2020 esse material não seria resultado daquilo que é imposto pela BNCC? Para vocês não foi essa base que tornou o conteúdo mais eurocentrico?

    Obrigado.

    Carlos Mizael dos Santos Silva

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi Carlos obrigada pela pergunta. Sim de fato esse nova versão da bncc trouxe mudanças na organização do conteúdo do livro. Tendo em vista que os campos de saber na qual a história de se divide tem inúmeras disputas de poder. Essa última versão coloca em evidência a história da do continente americano, sem no entanto fica de fato na história do Brasil, esse é tido como pano de fundo para outras discussões.

      Excluir
  2. Olá, Leandra e Cintia!
    Primeiramente, gostaria de ressaltar o valor do trabalho de vocês. Promover uma análise mais crítica sobre os livros didáticos de História é de extrema importância para que, assim como vocês mesmas ressaltaram no tópico de análise do trabalho, as próximas produções possam ser trabalhadas em cima dessas lacunas, produzindo um material cada vez mais completo e inclusivo historicamente.
    Gostaria de questioná-las quanto a visão de vocês em relação aos "boxers" existentes nos livros, pois estes sempre acabam por tratar de temáticas relevantes, mas de maneira simplista. O livro analisado pela dupla contava com a presença de "boxers" intensificando esse caráter? Se sim, vocês chegaram a fazer uma observação analítica quanto aos assuntos abordados por estes? E, por fim, qual o significado que estes tópicos possuem e o que eles representam na estrutura de um livro de didático na visão de vocês duas? É possível trabalhar e gerar reflexão em sala de aula a partir destes pontos.
    Obrigada,
    Luna Silva de Carvalho.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi Luna obrigada pela pergunta, sim o livro contava com boxers, sendo esses muitas vezes o único espaço de debate explito sobre a temática.

      Excluir
    2. Oi, Luna. Não chegamos a fazer uma observação analítica desses boxes. No livro esses são espaços para informações adicionais e outras fontes para pesquisa, que de certo modo, incitam a reflexão e outras visões acerca do conteúdo abordado. Porém, acreditamos que esses boxes são como uma ferramenta de suporte, não como gênero. Seria mais para exposição de diversos textos (curiosidade, biografia e outros) que podem ser pesquisados fora do livro pelos alunos. Por fim, acreditamos que esses tópicos são necessários justamente por incitar o aluno a pesquisar e principalmente, a confrontar as informações das diversas fontes. De todo modo, os boxes informativos devem ser utilizados como recurso para ampliar o conhecimento que o aluno está tendo no capítulo ou para sugerir algo, ou seja, uma ferramenta de suporte. Por outro lado, devemos reconhecer que estes não são espaços muito valorizados pelos professores tanto pela desinformação, quanto pela falta de recursos.

      Excluir
  3. “...o livro didático passa a servir também como material de apoio auxiliando na otimização do tempo do profissional docente tendo em vista as imagens, atividades e exercícios que são disponibilizados ao longo dos capítulos”.
    Com base nessa afirmação retirado do texto farei o seguinte questionamento: Para muitos docentes, o livro didático, NÃO tem sido “material de apoio auxiliando na otimização do tempo do profissional”, e sim o a única ferramenta de trabalho utilizada por esse professor. Pergunto: A Educação brasileira, nos últimos anos, tem realizado algum estudo nesse sentido?

    Francisco Carlos de Medeiros
    Graduando em Licenciatura em História 3º. Período
    Ceres/UFRN

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi Francisco, concordo com sua afirmativa de fato muita vezes o livro didático tem sido a bússola do professor no seu fazer docente, percebemos uma lacuna de trabalhos sobre a temática. Ou seja, trabalhos que questionem o uso, a escrita e principalmente as reflexoes sobre o conteúdo e o uso do livro didático.

      Excluir
  4. Boa tarde a todos quero primeiramente parabenizar as autoras Leandra Hellen Assunção Santos e Cintia Venâncio pelo artigo, denominado a importância do livro didático no ensino de História até porque este trabalho fala que o livro didático é uma das principais ferramentas que conduzem o ensino no nosso país, seja ele utilizado em instituição pública ou privada servindo como base para professores e alunos. Com ele, o discente consegue acompanhar o que o professor ensina. O professor, por sua vez, também pode utilizar-se deste recurso para consultar os conteúdos e organizar as aulas, bem como definir habilidades e competências que serão trabalhadas ao longo do ano letivo. Desse modo, o livro didático passa a servir também como material de apoio auxiliando na otimização do tempo do profissional docente tendo em vista as imagens, atividades e exercícios que são disponibilizados ao longo dos capítulos.

    Assina: Francielcio Silva da Costa.
    Graduado em História pela UESPI- Universidade Estadual do Piauí.

    ResponderExcluir
  5. Podemos afirmar que existe um livro didático de História ideal para se ministrar aulas dessa disciplina?

    Assina: Francielcio Silva da Costa.
    Graduado em História pela UESPI- Universidade Estadual do Piauí.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi Francielcio obrigada pela pergunta. Nossa opinião e que não existe um livro didático ideal, pois o campo da produção historiográfico e muito complexo, nele estão presentes inúmeras mudanças e transformações. Entretanto, com a escolha cuidadosa do livro didático o professor e a comunidade escolar irão optar pela versão mais completa.

      Excluir
    2. Acredito que não existe um livro didático de História perfeito ou ideal, mas a nossa escolha sobre qual o melhor a ser utilizado diz muito sobre o que queremos passar aos nossos alunos. Levando em consideração que este é um dos grandes responsáveis pela constituição do conhecimento, principalmente no que diz respeito ao ensino básico, onde os professores utilizam este material como principal fonte, até mesmo pela falta de outros recursos recursos didáticos. Por isso a importância da análise do livro didático, levando em consideração formação dos autores, exercícios propostos e principalmente, a maneira como ele apresenta as temáticas historicamente menos vilibilizadas (escravidão, africanidades, população negra). A análise fará sempre total diferença na hora de escolher o livro didático 'ideal' para a sua realidade.

      Excluir
  6. Quais são os pontos positivos da utilização do livro didático de História em sala de aula?

    Assina: Francielcio Silva da Costa.
    Graduado em História pela UESPI- Universidade Estadual do Piauí.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá, Francielcio!
      Bem, podemos dizer que a utilização do livro didático torna-se elemento imprescindível em sala de aula a partir do momento em que ele, em alguns momentos, é a principal fonte de referencia para professores e alunos. Por outro lado, leve o aluno a conhecer determinadas estruturais textuais e consequentemente praticá-las. Bem como facilita o estudo em casa, auxilia no desenvolvimento e principalmente, pode ser visto como uma fonte de fácil acesso. Por isso a escolha desse material é tão importante!

      Excluir
  7. Parabéns pelo texto e pela reflexão proposta. Gostaria de saber das pesquisadoras, como percebem a produção do livro didático relacionada a Nova BNCC e as questões étnico-raciais?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Com a análise, conseguimos observar que não há nenhum espaço específico que tratem dos assuntos referentes a educação étnico-racial. Os objetos de aprendizagem, e suas respectivas habilidades, não abordam a questão do racismo que as pessoas não brancas passam na sociedade atual, e as questões históricas e
      atuais que edificaram a sociedade racista. Ou seja, a população afro-brasileira não é vista como protagonista da história, estão sempre sendo tratadas em segundos momentos. Com isso, percebemos que quando a educação étnico-racial é tratada, é posta apenas como conteúdo vazio, sem crítica, como se contasse uma história pacífica, neutra, como se não tivesse encharcada de sangue, ontem e hoje, do povo negro e originários do Brasil. Há algumas outras competências que interpelam diversidade ou cultura, mas
      isso não traz garantias de que a temática das relações étnico-raciais venha a ser trabalhada. E esse é um tema de grande importância para não ter assegurado o seu lugar na formação dos estudantes da Educação Básica. Ademais, a BNCC não se compromete com esse tema. Não se compromete com as políticas de inclusão e de compensação, e nem em combater o racismo que permeia as relações sociais no Brasil, resultado disso, livros que não apresentam a historicidades dos fatos.

      Excluir
  8. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  9. Gostaria de parabenizá-las pelo excelente artigo produzido. A reflexão que vocês duas lançam sobre o livro didático e sobre a temática étnico-racial no nosso país é de suma importância para nos enterdemos como sujeitos individuais e coletivos. Essa coletividade histórica, para não citar outros aspectos, que envolve o passado e o presente de cada cidadão no Brasil, passa por uma constante naturalização dos comportamentos, atitudes e sobretudo, como vocês nos trazem, no âmbito da educação e do desenvolvimento de cidadãos que fazem dessa nação um lugar chamado de civilização. Nesse sentido, pensar, compreender e criar estratégias que potencializem às narrativas históricas acerca dos diversos papeis das populações negras na história brasileira, colocando-as nos lugares de protagonismo que são delas por direito, não é apena suma reparação histórica é um ato de responsabilização de todos nós que fazemos a sociedade, pois somos direta e indiretamente afetados e até mesmo propagadores e estigmas que perduram há séculos nessa nação. Tomando a discussão trazida pelo texto sobre a temática das relações étnico-raciais e a sua abordagem no livro didático, como articular as porpostas da BNCC e das DCNs com a produção de livros didáticos de História engajados com a pauta das populações negras do Brasil? Como podemos trabalhar a desconstrução do preconceito racial num país que estruturou e institucionalizou o racismo historicamente através da educação escolar, utilizando principalmente os livros didáticos?

    Agradeço.
    Assina: Bruno Wesley Alves.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. No caso dos currículos prescritos como a bncc e os dcns, primeiro precisa -se leva muitas discussões atualizadas sobre as temática, e sempre partir da realidade do aluno. Para combater o racismo estrutural o aluno deve ser levado a perceber que a construção narrativa presente no livro tem um propósito, e que foi escrita por um determinado grupo de pessoas. A partir desses questionamentos o aluno poderá perceber como esse racismo se organiza.

      Excluir
  10. Quero agradecer as autoras Leandra Hellen Assunção Santos e Cintia Venâncio, o artigo será de grande utilidade ao mundo acadêmico, De certa forma o eurocentrismo está enraizado na estrutura da educação do país, povos tradicionais em várias apresentações nos livros didáticos mal são estudados principalmente quando se trata sobre a cultura negra, vale ressaltar que autores como Aimé Cesaire, Frantz Fanon e Cheik Anta Diop combatiam esse tipo de direcionamento no meio acadêmico isso me refiro o aspecto da ocidentalização cultural branca em sobrepor a cultura negra e a colocando ao esquecimento, a pergunta que destaco é ciente de que os livros passam pelo aval do MEC está ligado ao negacionismo estrutural dos povos tradicionais como os negros e os índios que o sistema ideológico político radical está atrapalhando de certa forma as pesquisas ligada ao tema proposto?

    Márcio José Lima Lisboa / e-mail: marciodgt@gmail.com

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi Márcio obrigado pela pergunta. Percebemos que o campo educacional funciona como um espaço de disputa externa e interna. Dessa maneira,algumas restrições de escrita podem impactar ,a grosso modo, o campo de pesquisa.

      Excluir
  11. Como o livro didático de História é apropriado por professores e alunos nas aulas de História? Além disso, os elementos presentes no livro didático, denominados paratexto, influenciam na leitura do livro quando são modificados através de edições?

    João Victor Luziano Pereira Calisto

    ResponderExcluir
  12. Primeiramente, gostaria de parabenizar pela excelente produção! Eu gostaria de saber qual é o principal entrave encontrado nos livros didáticos atualmente no que diz respeito ao ensino de Africa e Africanidades? Vocês acreditam que a BNCC possam contemplar as demandas surgidas nos últimos tempos com relação à temática?

    Maicon Douglas Holanda

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. O principal problema na abordagem da história africana é principalmente o não protagonismo dos negros na organização escrita. Esse personagens historia geralmente aparecem vinculados a outras histórias, principalmente a economica. Ou seja, mesmo que o negro apareça sua história e muitas vezes um pano de fundo para uma escrita historiográfica factual. Essa última versão da bncc enfatiza e muito o eurocentrismo, colocando as demais histórias com secundárias.

      Excluir

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.